Tuesday, June 14, 2005

Diários de Motocicleta

Quando assisti Diários de Motocicleta fiquei admirando a boniteza do povo Indoamericano (acho engraçado isso: em espanhol, eles falam "Indoamerica" e quando traduzem para o português fica "Ameríndia", embora o Brasil tenha raízes indígenas também, parece que dá menos importância). Tinha um garoto que era guia em Cuzco que mostrava um muro que havia sido construído pelos Incas. Então ele mostrava uma outra parte, dizendo que havia sido construída pelos espanhóis, ou como eles diziam, os inca-pazes! Será que ninguém mais acha absurdo tudo o que foi feitos com os povos que aqui estavam quando os europeus chegaram? Dá até vergonha de pensar nos antepassados...
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Eu não pude deixar de comparar uma coisa no filme: Che fica muito sensibilizado na colônia de leprosos (não gosto desta palavra), porque eles são separados das pessoas "sãs" pelo rio, cidam do outro lado. Só que anos mais tarde, ele cria em Cuba um "campo de trabalho" (sabe, primo-irmão dos campos de concentração) para dissidentes, homossexuais e soropositivos. Não é uma contradição colossal?
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Me tomei do sentimento de pertença à América Latina, fiquei repleta daquela pele queimada de sol, dos chapéus coloridos, dos xales, dos rostos sofridos, das tranças negras como a noite... com um bichinho revolto dentro do estômago...

Monday, June 13, 2005

Um início, na estrada, à noite

Eu não sabia o que doía mais: se era ver aquele céu coberto de estrelas até onde minha vista alcançava ou a dor de não estar lá. E cada voz que emprestava sua alma pra minha, só fazia doer mais e mais.
De ver a Cruz de Estrelas ou os adornos do Herói contra aquele fundo escuro só dava era vontade de deitar lá fora onde o barulho não era metal, onde tudo era apenas o silêncio abafado que se ouve entre estrelas. Cá embaixo os sons do escuro já não doem tanto, são grilinhos, sapos e um zilhão de insetinhos fazendo sua serenata pr´aquele cobertor de luzes piscando.