Wednesday, March 12, 2008

Vermelho




Ser romântica tem preço. É bem dolorido, por vezes, mas manter o bem-querer de um amor que embora não esteja, pode um dia ser... aah... isso pode causar sorrisos crônicos e uma propensão ao vermelho. Foi o que aconteceu com meu colar de beijos - graças a Arrufos - sapato, pétala de rosa, saia, blusa, lápis de cor, até o vídeo de lira escolhi porque o figurino era vermelho.


Uma professora de artes plásticas hoje me fez elogio. "mas como você está linda, que graça!" Sim, colar de beijos em fundo branco. Até na Benedito Calixto me pararam pra perguntar. Respondo com prazer. O composé de hoje até eu gostei. Depois de ganhar a rosa amor-vermelhíssimo, carreguei-a junto aos beijos e eu mesma teria fotografado. Senti pena, porque a flor não suportou o verão paulistano e nem água gelada a trouxe de volta. Eu vim carinhando o vermelho-vivo, mas também só o carinho não bastou. Sobram as pétalas, que em breve vão gastar o vermelho.


Esse é um dilema quando penso em flores. Minhas favoritas são gérberas - vermelhas, amarelas, laranjas, todas as qualidades de gérberas. Dificilmente as compro, pois as penso mortas por um capricho. E eu, com tanta insanidade, não consigo cuidar de suas mudas, tampouco sementes. Ainda assim, volta e meia tenho vontades de encher um abraço com elas. Mas me corta o coração quando cansam da sobre-vida fora da terra... dá-me a tristeza proporcionalmente inversa a euforia de suas cores. Penso que um dia hei de resolver a equação plantando um jardim, tal como o Pequeno Principe, cativando todos os dias um arbusto, um botão, uma flor geniosa. Embora pense as gérberas muito mais amigáveis, senão as mais amigáveis flores.

É que também as margaridas são sorridentes.

Tuesday, March 04, 2008

Amor

"Ah, o amor,
Esse temporal"

Na voz de Monica Salmaso, encontrei Samba de Verdade depois de uma insistente busca a uma de suas outras músicas. E tudo começou depois de compartilhar "Arrufos" do Grupo XIX de Teatro, que de tão delicado, agridoce, me permitiu um sorriso profundo. Como quem partilha um segredo, como quem é cúmplice. Tudo encanta! A arena, o vermelho, os abajures, a interação e a timidez de quem não espera tomar parte, as histórias e encontros.

É pouco provável estar em Arrufos e não ser parte, não se encontrar em alguma história, numa palavra, num olhar. Pois foi do exercício, do olhar delicado sobre o Amor que ele se construiu. Esse temporal que é dito, escrito, cantado, soletrado e declamado por tantos, com tanta e tão profunda esperança! Não conheço uma única pessoa que não queira, um bocadinho que seja, banhar-se nesse temporal!

Imensamente agradecida!